segunda-feira, 5 de outubro de 2020

AI, PAI, AI

 Ai, pai, ai

A gente procurando formiga no Parque Lage. Memória de foto.

A gente no sítio

A gente na rede, na piscina, no carro

A casa sem luz elétrica, o frio, os lampiões, o mingau quente

A gente cantando na estrada, no dia 21 de abril, dois meses depois do carnaval, se você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não, cachaça vem do alambique e água

Água nova, dona Florinda, Eliane, Joseli, dona Maria, Zé Lima

A casa da Gávea, Arca de Noé, a casa da Urca, Elis 

Minha irmãzinha, eu pequena-maior um pouco que ela, me achando adulta

A casa da Lagoa

Não lembro nitidamente

Mas choro. E não sei por quê

Não sei por que choro.


Ai, pai, ai

Lu, Kika, Antó

obrigada.


Quero escrever sobre a gente. Acho que tem muito, aqui dentro, muita história nossa pra ser contada. Você não é só isso. Você é a escrita, o livro, a música, o carnaval, o cheiro de roça que eu amo. Você é o silêncio que eu gosto ouvir. Você é o amor por morros verdes. Você é o amor por mar, pelo nordeste, o ouro de Petrópolis a Minas. A mesa do Rio, Minas e Alagoas. A comida no fogão a lenha. Você é o mundo mais bonito, que se emociona, que faz livro pra filho, que sorri com a cachaça nos olhos, amor e fúria. Macunaíma. Coração Tambor.


Nenhum comentário:

Postar um comentário