terça-feira, 4 de abril de 2017

Música e escrita

Ainda falando sobre a relação entre a música e a literatura, na minha autoconstrução como escritora, agora que estou fazendo Cantoria em Grupo, com a Alice Passos, estou cantando bastante e tenho pesquisado músicas. Com isso percebo que a escrita está fluindo mais. Não é incrível. Preciso desse espaço. Preciso para poder escrever. A vida, confesso que me atrapalha. Tenho prazer em acordar, ouvir música e escrever. Preciso desobstruir os canais da criação. É nisso que tenho prazer, que quero trabalhar e viver.

As músicas que ouço e o compositores estão relacionados a fases da minha vida. Bituca, por exemplo, conversa com a minha infância. Eu ouvia os discos da minha mãe. Me sentava no chão da sala, perto da vitrola e ficava horas ouvindo as mesmas músicas, decorando e t(r)ocando os discos. Ou então dançava e cantava, ensaiava. Sozinha ou com alguma amiga que estava lá em casa. Eu gostava muito de ouvir Milton! Aos 8 ou 9 anos, eu gostava de ouvir essa música aqui. Mas o campeão lá de casa era esse disco aqui, Ele começa com Peixinhos do Mar. Dancei muito uma coreografia criada com minha amiga Sabrina. Esse disco ajudou a me formar.





A primeira música é Fazenda

Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
E a meninada respirava o vento
Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida
Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós

Água de beber
Bica no quintal, sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha laranjeira, tinha manga rosa
Tinha o sol da manhã
E na despedida, tios na varanda, jipe na estrada
E o coração lá

esse aqui? Coidiloco.



Cronologicamente, ele é anterior ao outro (de 1975), mas na minha ordem de descoberta na vida, o outro veio antes. Esse tem cada arranjo e cada verso que rearranja tudo dentro da gente... 

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