sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Escrever, publicar, vender



Deu vontade de novo de tirar os escritos da gaveta. Escritos de anos inéditos e pouco lidos. Vou revirar os cadernos, as gavetas, as pastas. Chega de deixar as palavras embolorando. Que eu possa escrever cada vez mais depois disso.

Publiquei meu primeiro livro em 2011.  Esse é o convite que a editora fez para meu lançamento no Salão da FNLIJ. Cheio de crianças. Foi uma festa. E o dia 13 de junho de 2011 foi  realmente marcante, o dia em que, depois de 30 anos escrevendo praticamente todos os dias, me senti escritora de verdade. Parece bobagem, e acho que é. Então a pessoa escreve, escreve, escreve a vida toda, e só depois (e só porque) que publica seu primeiro livro é que acha que é escritora? É isso, mas é uma bobagem legítima. Porque escritor é quem escreve livros, não quem escreve diários, textos que emboloram na gaveta e poemas a que nem os próprios musos inspiradores têm acesso. Não. Escritor é quem escreve porque escreve. Porque respira. Porque nasceu. Mas publicar é doce. E não publicar é amargo. Taí a diferença para o escritor.

Meu primeiro livro ainda me levou para uma escola, o Colégio MV1 de São Gonçalo/RJ, que adotou o livro em duas turmas de 3o ano. E me levou também para a Feira Literária da Unidade Humaitá do Colégio Pedro II. Quanto às vendas em livrarias, não foram muitas. Muitos exemplares devem estar embolorando no estoque da editora. Isso é uma pena, mas é a realidade do mercado de livros. Todo mundo sabe que as livrarias só compram das editoras livros que vendem que nem água, e não que nem livro. São muitos e  muitos livros que nunca são apresentados ao leitor que visita a livraria. É preciso um Salão do LIJ ou uma Primavera dos Livros para que uma produção editorial chegue ao conhecimento do leitor. E, às vezes, nem assim, porque algumas editoras não conseguem participar destes eventos. A adoção nas escolas, quando acontece, é uma coisa bem interessante para o autor e para a editora, mas a divulgação nas escolas é trabalhosa. Ah, e ainda temos as sonhadas compras governamentais.  Enfim, outro dia também me perguntaram se eu vendia meu livro. Respondi assim: "Eu não, não sou vendedora". Outra bobagem, acabei por concluir. Afinal, se somos escritores antes de publicar, não será vendendo o meu próprio livro que serei vendedora consumada. Porque o objetivo do escritor é que o livro que ele publicou seja lido. E, em alguns casos, o que ele não publicou ainda também. Ou não. Há aqueles que devem, sim, ficar embolorando na gaveta. Ou nem chegar a ela, ir direto para o lixo.

 "E com quantos paus se faz uma canoa?" (escrito por Sol Mendonça, ilustrado por Carla Pilla e editado pela Gryphus) está à venda no site da editora e nas livrarias físicas e virtuais. É só encomendar!

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